“Quando se comemora o VI centenário da conquista de Ceuta, acontecimento que se concretizara em 21 de agosto de 1415, o Município de Torres Vedras publica um conjunto de estudos que revisitam o contexto do acontecimento, o Conselho Régio decisivo na preparação da armada que tivera lugar na então vila no ano de 1414, bem como a expedição e o seu significado, propondo novas leituras.
O rei trazia em mente a ideia da empresa já desde pelo menos 1409, segundo o cronista. O acontecimento, que marcara a centúria de Quatrocentos, é revisitado por historiadores nacionais, mas também de Ceuta (Espanha) e Marrocos, para quem a conquista de Ceuta marca o início da Era moderna. Distante dos argumentos sociais e económicos, D. João I pretendia, sobretudo, armar os seus filhos cavaleiros num grande feito, que lhes concedesse honra, idêntica honra à alcançada por muitos que participaram na batalha de Aljubarrota e que marcavam presença a seu lado na conquista da praça do Magreb, assim como buscava pelas armas a legitimidade que a sua bastardia lhe não oferecia, reforçando, simultaneamente, o seu papel no quadro dos reinos ibéricos e da Cristandade.
Em Torres Vedras, consultara D. João I os privados do rei, aqueles que integravam o seu Conselho, não pelo São João como era intenção do monarca, mas pelas festividades do dia de Santiago (25 de julho), por volta dos dias 23 e 24 de julho de 1414.”


Data de edição: maio de 2015
Edição: Câmara Municipal de Torres Vedras, Edições Colibri e Instituto de Estudos Regionais e do Municipalismo “Alexandre Herculano”
Preço: 15,00 €