Agenda
O que fazer daqui para trás
Dança
Até 21 de novembro 2015
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21h30 às 22h45
Evento já ocorrido
Local: Teatro-Cine de Torres Vedras
Destinatários: M/6
Time present and time past
Are both perhaps present in time future
And time future contained in time past.
If all time is eternally present
All time is unredeemable.
T. S. Eliot
Esta proposta posiciona-se entre a dúvida e a possibilidade. Onde o não-dito é mais importante do que aquilo que se diz, onde a ausência se sobrepõe à presença e onde o drama não vem do teatro mas daquilo que os corpos – dos performers e dos espectadores - podem (e têm e trazem). Normalmente a sombra indica-nos a presença da luz, o silêncio a presença do som e a ausência a presença do acontecido. Aqui, tudo se dá inversamente: a luz é que nos indica a sombra, o som o silêncio e a presença a ausência. Da sombra, do silêncio e da ausência, eis – para quem se pergunta – aquilo que esta peça trata.
Tornar-me coisa, duração, acontecimento.
Ser ocupado por um corpo. Manter-me ocupado com um corpo.
Desaparecer no óbvio. Reaparecer na ausência.
Após 8 anos de pausa, seria justo dizer que esta é a primeira peça de um novo ciclo. Tudo indica que sim. Mas por enquanto o que sinto é que ela, mais do que abrir, encerra um ciclo que foi interrompido – abruptamente, por mim próprio – com o Para onde vai a luz quando se apaga?, último trabalho de grupo que fiz em 2007. E foi por sentir que o ciclo estava incompleto que me aventurei e voltei a perguntar (agora sem interrogar) O que fazer daqui para trás. Este trabalho ocupa por isso o lugar de intervalo criado pela dúvida sobre o que acontece quando a luz se apaga e a impossibilidade de resposta que ela carrega. O “para trás” do título não nos leva só a 2007. Leva-nos também a 1990, ano em que fiz a minha primeira peça de grupo, o “Retrato da memória enquanto peso morto” (mal tinha começado e já a memória me pesava) e que deu origem a esta aventura a que chamámos REAL. No “Retrato...”, o primeiro contacto que o público tinha com o espetáculo era através da projeção de um vídeo que ocupava uma parede enorme da sala que servia como antecâmara para o espaço do Convento do Beato onde os performers “faziam uma espera” aos espectadores. Nele podia-se ver o Nuno Bizarro a correr nas arcadas do Santuário do Cabo Espichel, sem parar, para lado nenhum. 25 anos depois continuamos a correr, só que agora existe um lugar onde queremos chegar: àquele ponto em que o corpo deixa de poder (de ter, de trazer), apresentando-se (oferecendo-se) vazio, aberto, presente. Numa palavra: potente.
João Fiadeiro
Outubro 2015
O que fazer daqui para trás
Ficha técnica
Proposta e direção: João Fiadeiro
Performers e co-criação: Adaline Anobile, Carolina Campos, Márcia Lança,
Iván Haidar e Daniel Pizamiglio
Assistentes de direção: Carolina Campos e Daniel Pizamiglio
Desenho de luz e direção técnica:Colin Legras
Tradução Simultânea: Marta Moreira
Trabalho de Coordenação Motora (Béziers): Carolina De Nadai
Apoio à documentação: Stephan Jürgens
Assistência de produção: Sinara Suzin
Gestão financeira: Silvia Guerra
Fotografia divulgação:Patrícia Almeida
Agradecimentos:
Paula Caspão, Joris Lacoste, David-Alexandre Guéniot, Leonardo Moramateus, Silvia Bottiroli, Rui Catalão, Carla Fernandes (Projeto BlackBox), Ida Cwojdzinski, Marta Moreira, Eleonora Mainardi, Thomas Forneau, Julie Gouju, Maria Natália Neto, Elisa Leão, Volmir Cordeiro, Clarissa Rego, Thomas Walgrave (Alkantara), Marco Balesteros, Acácia Coyac, João Garcia Miguel, Telma Ponciano, Carlos Oliveira, António Alvarenga, Sara Vaz, Alface Cátia Leitão, Sofia Dinger, Gonçalo Antunes, Maria Antónia Fiadeiro, Alfredo Nascimento, António Viana e Pedro Viana.
Duração:
60min
Produção:
RE.AL
Coprodução:
Teatro Municipal Maria Matos (Lisboa)
Teatro Municipal Rivoli (Porto)
Residências artísticas:
Arquipélago / Centro de Artes Contemporâneas (Açores)
Santarcangelo Dei Teatri (Itália)
Atelier Real (Lisboa)
Apoio à internacionalização:
Fundação Gulbenkian e Fundação GDA
Apoio institucional:
Câmara Municipal de Lisboa
Lotação: 400
acesso a público com mobilidade condicionada
Preço: 5
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Horário de funcionamento
Em dias de espetáculo:
De quinta-feira a sábado: a partir das 18h00
Exceto espetáculos ao domingo à tarde: uma hora antes do espetáculo
Av. Tenente Valadim, n.º 19
2560 Torres Vedras