Agenda
Concerto de Ano Novo: Folias
Temporada Darcos
10 de janeiro de 2025 | sexta
|
21h30 às 22h30
Evento já ocorrido
Local: Teatro-Cine de Torres Vedras
Classificação etária: M/6 anos
Esta atividade integra o(s) programa Temporada Darcos 2025
Depois do Livro Primeiro, op.12 (versando sobre repertório de Norte a Sul do país e, ainda, da Galiza) e do Livro Segundo, op.57 (integralmente dedicado ao Cante Alentejano da cidade de Serpa), chega-nos o lançamento do CD do Livro Terceiro do Novíssimo Cancioneiro de Nuno Côrte-Real (1971), dedicado às danças tradicionais portuguesas, pela mão do Coro Ricercare e do Ensemble Darcos, parceria que, ao longo dos anos, tem-se revelado frutífera, e a quem devemos a estreia e gravação dos referidos livros.
Longe vão os tempos em que a "Política do Espírito" de António Ferro (1895-1956) produziu uma imagem idealizada da arte popular ao serviço propagandístico do Estado Novo, enfatizando a pretensa unidade identitária de um universo rural matizado. Ao longo das últimas décadas, a música e a dança, enquanto expressões da alma, representando a identidade social de uma comunidade, em ambientes marcados pela pobreza, idiossincrasias do universo masculino e feminino, interpenetração do sacro e do profano, exclusivamente assentes na tradição oral, foram sendo expostas à permanente mutação e recriação.
Este fenómeno, que se convencionou chamar de cosmopolitismo, parte da tradição, enquanto legado imaterial transmitido, respeitado mas mutável, identidade e autenticidade, enquanto genuíno e inalterado. Neste domínio, muitos foram os compositores que convocaram discursos musicais externos, conferindo uma dimensão superlativa a este património identitário, dos quais Fernando Lopes-Graça (1906-1994) é, unanimemente, a figura tutelar. Horas Pastoris resulta da encomenda da Fundação Dom Luís I a Sérgio Azevedo (1968), no âmbito da evocação dos 111 anos do insigne compositor (1906-2016), tendo sido estreada a 16 Dezembro de 2017, pelo Moscow Piano Quartet. Os 7 andamentos desta suite constituem, no dizer do compositor, a uma abordagem “livre mas respeitando o espírito original”, de obras para piano de Lopes-Graça.
No Livro Terceiro do Novíssimo Cancioneiro, Côrte-Real revisita o fandango, a chula, a chotiça, e tantas outras que configuram-se como exemplares do pulsar tradicional português, partindo da Folia, dança presumivelmente de origem ibérica, cuja primeira referência surge pela mão do dramaturgo Gil Vicente (fl. 1465-1536). Narrativa abstrata e não linear, este Livro Terceiro procura uma dinâmica musical em que a palavra assume-se como veículo expressivo da fonética ganhando uma dimensão percussiva, igualmente confiada ao coro, deles exigindo que batam com os pés, palmas, paus e façam estalidos.
F. Lopes-Graça (1906 – 1994) / S. Azevedo (n.1968)
Horas pastoris
para violino, viola, violoncelo e e piano
I. Prelúdio
II. Idílio
III. Marchinha
IV. Endecha
V. Prestissimo
VI. Arrolo
VII. Dança Campestre
N. Côrte-Real (n. 1971)
Novíssimo Cancioneiro “Folias” – Livro Terceiro, op.71
I. Laço I
II. Farrapeira
III. Vira
IV. Chula
V. O Velho
VI. Vareira Picada
VII. Saias
VIII. Laço II
IX. Verde Gaio
X. Fandango
XI. Soluço Medieval
XII. Laço III
XIII. Cantiga Bailada
XIV. Bailarico
XV. Baile Mandado
XVI. Gota
XVII. Corridinho
XVIII. Laço IV
Nuno Côrte-Real, direção musical
Pedro Teixeira, maestro do coro
CORO RICERCARE
ENSEMBLE DARCOS
Lotação: 392
acesso a público com mobilidade condicionada
Preço: 5 €
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Horário de funcionamento
Em dias de espetáculo:
De quinta-feira a sábado: a partir das 18h00
Exceto espetáculos ao domingo à tarde: uma hora antes do espetáculo
Av. Tenente Valadim, n.º 19
2560 Torres Vedras