O Concelho acolheu recentemente (entre os dias 3 e 5 de outubro), pelo sétimo ano, um encontro internacional de desenho de rua.

A edição deste ano do evento reuniu 135 participantes, oriundos de Portugal, Espanha e Brasil (entre desenhadores, formadores e alunos de artes), tendo o tema central da mesma sido o património azulejar.

O 7.º Encontro Internacional de Desenho de Rua teve início logo na manhã do dia 3 de outubro, na Praça 25 de Abril, em Torres Vedras, com o momento de receção aos participantes, no qual marcou presença o vereador da Câmara Municipal de Torres Vedras, Nélson Aniceto. De referir que, para além dos 50 desenhadores inscritos, participaram também este ano no encontro alunos de artes do Externato de Penafirme, da Escola Secundária Henriques Nogueira e da Escola Secundária Raúl Proença.

“Azulejos que contam histórias” foi o tema da primeira oficina, a qual foi orientada por Isa Silva (PT) e José Manuel Gamero Gil (ES) e teve lugar no Convento da Graça, junto ao painel de azulejos alusivo à vida de Frei Aleixo de Meneses. Refira-se que este painel, que completa 350 anos, foi precisamente o elemento inspirador da escolha do tema da edição de 2025 do Encontro Internacional de Desenho de Rua, a qual celebrou o desenho urbano em associação à azulejaria como expressão artística e identitária.

Já no período da tarde, os participantes foram desafiados a participar num sketchcrawl — uma maratona de desenho —, subordinado ao tema “Os azulejos na paisagem urbana”, o qual foi conduzido por André Duarte Baptista e Bruno Vieira, e desenrolou-se entre a Praça da República e a Praça do Município, em Torres Vedras.

A terminar a tarde, o grupo participante no sketchcrawl partilhou os desenhos elaborados no decorrer do mesmo junto à Paços – Galeria Municipal, espaço onde foi inaugurada a exposição de artes visuais do “Coletivo Brasil 2025”, momento em que marcou presença o vereador da Câmara Municipal de Torres Vedras, Francisco Martins. De referir a esse propósito que o “Coletivo Brasil” é um projeto constituído por artistas brasileiros que participam no Encontro Internacional de Desenho de Rua, e, inclusivamente, orientam formações no âmbito do evento, para além de oficinas artísticas à parte do mesmo no Concelho. O “Coletivo Brasil 2025” é um conjunto de artistas constituído este ano no âmbito desse projeto.

Após a inauguração da exposição do “Coletivo Brasil 2025” na Paços, o programa do 7.º Encontro Internacional de Desenho de Rua prosseguiu, no período noturno, com uma atividade realizada no Parque do Choupal.

O segundo dia começou com uma tertúlia no auditório do Edifício dos Paços do Concelho, a qual foi moderada por André Duarte Baptista e em que os formadores participantes partilharam experiências e percursos no universo do urban sketching. À tarde realizou-se a oficina “Interior – Exterior”, orientada por Eduardo Bajzek (BR) e Carlos Matos (PT), centrada nos azulejos e na arquitetura da Igreja de S. Pedro, tendo, posteriormente, decorrido mais uma atividade de desenho noturno, desta feita na Rua Serpa Pinto, em Torres Vedras (incluindo a esplanada do bar Vinil), na qual desenhadores de rua, moradores e clientes partilharam um ambiente descontraído e criativo.

O último dia do 7.º Encontro Internacional de Desenho de Rua levou o grupo de inscritos participante ao Convento de Santo António do Varatojo, monumento nacional com mais de 550 anos de história, onde foi recebido pela comunidade franciscana residente. O período da manhã destinou-se à realização de uma oficina orientada por Cris Godoy (BR), denominada “A Natureza na Arte da Azulejaria”, tendo, após um piquenique de confraternização, havido lugar a um tempo para o desenho livre, com muitos dos participantes a registarem os elementos arquitetónicos e artísticos do espaço do Convento do Varatojo — do claustro gótico-manuelino à janela das esmolas de D. Afonso V, passando pela igreja e seus azulejos.

A terminar, foi proporcionado um lanche animado pelo DJ Guilhas.

Recorde-se que o Encontro Internacional de Desenho de Rua é uma organização da Câmara Municipal, tendo a sua sétima edição reforçado a ligação que o evento estabelece entre arte, património e comunidade, transpondo o território abordado para um verdadeiro caderno coletivo, no qual cada traço reflete um olhar atento e criativo sobre o património local.