Torres Vedras

Joaquim Agostinho

23.07.2025

Eterna glória do desporto nacional, e mais conceituado nome da História do ciclismo português, o torriense Joaquim Agostinho praticamente dispensa apresentações.

No entanto, nunca é demais recordar a história desta figura mítica nascida na localidade das Brejenjas (situada na freguesia da Silveira) a 7 de abril de 1943.

Trabalhador rural, Joaquim Agostinho foi descoberto já tardiamente para o ciclismo, com 25 anos, depois de completar o serviço militar em Moçambique. Com o dinheiro amealhado na tropa, decidiu comprar uma bicicleta, em detrimento de outras opções que considerou, como um gravador ou um gira-discos. 

Observado por João Roque, torriense que integrava a equipa de ciclismo do Sporting Clube de Portugal e que inclusivamente vencera a Volta a Portugal em Bicicleta em 1963 por este clube, Joaquim Agostinho aceita o convite deste seu conterrâneo para representar o emblema de Alvalade, o que acontece a partir de 1968. Logo nesse ano obtém o 2.º lugar na principal prova do calendário velocipédico nacional e vence no Brasil a Volta ao Estado de São Paulo. Aí é observado pelo francês Jean de Gribaldy que o convida para a sua equipa. Nessa sequência viria a participar na mais prestigiada prova de ciclismo do mundo - o Tour de France -, na qual, para além de vencer várias etapas (de entre as quais a mítica etapa de Alpe d’Huez, local onde foi colocado em sua honra um busto em bronze), subiu duas vezes ao pódio, obtendo dois terceiros lugares (em 1978 e 1979). Da carreira internacional de Joaquim Agostinho é de destacar também um segundo lugar na Volta a Espanha em Bicicleta (em 1974), sendo igualmente de referir o facto de ter conquistado outras honrosas classificações (algumas delas vitórias) em provas realizadas na França, Espanha, Itália e Suíça. Já em Portugal, venceu a Volta a Portugal em Bicicleta em 1970, 1971 e 1972, bem como várias outras competições ciclísticas, e foi campeão nacional de estrada e contrarrelógio individual por seis vezes (em 1968, 1969, 1970, 1971, 1972 e 1973).  

Não sendo um ás da pista, Joaquim Agostinho era um gigante das estradas que rolava contra o tempo e subia como ninguém as estradas mais elevadas. Uma verdadeira força da natureza.

Viria a falecer precocemente, a 10 de maio de 1984, com 41 anos, na sequência de uma queda ocorrida quando disputava a Volta ao Algarve. 

Ainda em 1984, Joaquim Agostinho foi agraciado, a título póstumo, com a medalha de Honra e Mérito, o maior galardão que o Governo pode conceder a um atleta.

Também como forma de homenagem, o Grande Prémio de Ciclismo de Torres Vedras passou a ter a designação de Troféu Joaquim Agostinho.

A 3 de julho de 1988 é inaugurado num espaço que se localiza atualmente no extremo nordeste do Parque Verde da Várzea o Monumento a Joaquim Agostinho que é, de resto, homenageado no Concelho com mais três peças públicas (duas situadas na Silveira e uma nas Brejenjas).

Refira-se também que a 5 de agosto de 2021 o Município inaugurou em Torres Vedras um museu dedicado ao ciclismo que tem Joaquim Agostinho como patrono.

Para se saber mais sobre esta malograda e imortal figura da História do ciclismo é aconselhada uma visita a esse museu. No site do mesmo pode também ficar a saber mais sobre a história de Joaquim Agostinho.

Última atualização: 23.07.2025 - 12:47 horas
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