Carmen Fonseca
24.07.2025

Carmen Fonseca é uma jovem formada em Engenharia Aeroespacial, que fez parte da equipa universitária que desenvolveu, lançou e recuperou o primeiro foguetão português. Criativa, curiosa e determinada, gosta de “meter a mão na massa” e acredita que o Espaço inspira as pessoas a sonhar mais alto.
O interesse por aprender, especialmente nas disciplinas de Ciência e Matemática, começou muito cedo. Carmen recorda que teve professores que a ajudaram a perceber que podia ir mais longe, mesmo quando duvidava de si mesma. Mais tarde, veio o interesse pelo Universo, onde o exemplo de mulheres como Katherine Johnson, que abriu caminho na NASA, lhe deu a inspiração para entrar no mundo da Engenharia Aeroespacial.
Depois de terminar o curso, começou a trabalhar, a partir de Portugal, numa start-up alemã chamada Rocket Factory Augsburg (RFA), que tem como missão reduzir o custo de lançamento de satélites.
Partilha que um dos projetos que mais a marcou foi o RED (Rocket Experiment Division) - constituído por uma equipa de estudantes dedicada à construção de foguetões com fins científicos e educacionais. Liderou o projeto e participou na competição EuRoC (European Rocketry Challenge), organizada pela Agência Espacial Portuguesa (Portugal Space), onde representou Portugal no primeiro lançamento e recuperação bem-sucedida de um foguetão português, numa competição europeia. “Foi uma experiência transformadora como engenheira, e sobretudo como pessoa”.
A ligação a Torres Vedras é familiar e muito emocional. Carmen confidencia que “Torres Vedras é sinónimo de raízes, de família. É o sítio que me fez ser quem sou e onde fiz memórias para a vida. Para além dos lugares, são sobretudo as pessoas que tornam Torres Vedras especial para mim”. Recorda os fins de semana no Aeródromo de Santa Cruz com o pai, onde passava horas a ver os mecânicos no hangar a trabalhar em motores de aviões, e a desmontar tralha que arranjava na garagem de casa. Recorda ainda quando a mãe lhe disse, ainda em pequena, que um dia iria ser engenheira.
Tenta manter acesa a vontade de fazer mais e melhor, e de motivar os outros a fazê-lo consigo. Acrescenta que “crescemos mais quando crescemos em conjunto”.
Quer deixar aos jovens, em geral, a mensagem de que “devem sair da sua zona de conforto”, e particularmente às raparigas, de que este é um “Espaço” onde elas também pertencem, onde podem liderar, inovar e fazer a diferença. Carmen reforça: “se estamos em pé de igualdade nas capacidades e resiliência, não deveríamos ficar um passo atrás nas conquistas”