Teresa Sepúlveda
24.05.2019
A Oeste Infantil é uma grande festa onde os mais pequenos podem brincar, num mundo totalmente criado à sua medida.
No ano em que a Oeste Infantil celebra 30 edições, a comunidade educativa partilhou a sua visão sobre a Grande Festa da Criança.
Na terceira entrevista falámos com Teresa Sepúlveda, coordenadora do Departamento da Educação Pré-Escolar do Agrupamento de Escolas Madeira Torres.
Como é que um educador vive a Oeste Infantil?
Um educador vive sempre com alguma alegria e algum bem-estar. Há 28 edições que acompanho a Oeste Infantil e todos os anos as pessoas dizem sempre “ai, outra vez a Oeste”, mas depois toda a gente adere com prazer.
Este tipo de eventos tem impacto no crescimento e desenvolvimento das crianças?
Eu acho que é muito importante. Normalmente tenho os estagiários dos cursos profissionais a meu encargo, porque dou aulas ao curso profissional de apoio à infância. Ainda há bocadinho estava a falar com um grupo de meninas e disse: “Este ano vamos voltar a ter uma edição como antigamente” e elas diziam “Ah! Professora eu lembro-me tão bem de ir à Oeste Infantil e ter essas coisas todas”. Portanto, isto quer dizer que marcou. E normalmente é assim, se perguntarmos aos adultos que passaram pela Oeste Infantil, de uma forma ou de outra, todos se lembram da forma como passaram por lá.
Já aprendeu alguma coisa com a Oeste Infantil?
Já aprendi muita coisa. Aprendi, sobretudo, que o facto de convivermos e juntarmo-nos ali é muito importante. Porque o pré-escolar é um ciclo em que as pessoas estão muito afastadas umas das outras, porque estão nas aldeias, estão longe. Uma das coisas que me agrada na parte dos adultos é poder ver colegas, que são colegas aqui no concelho de Torres há vinte e tal anos. Encontramo-nos ali e trocamos ideias sobre os pavilhões e o que se está a desenvolver neles. Essa parte é muito, muito, importante. E depois ver a alegria das crianças e a participação deles nos stands.
Viveu algum episódio que a tivesse marcado?
Por acaso tenho um episódio muito interessante. Houve um ano em que o agrupamento Madeira Torres tinha a “feira popular”, onde tínhamos uma pista de automóveis. Os automóveis eram em madeira, "iguaizinhos" aos carrinhos de choque. Quando a música começava a tocar, os meninos começavam a andar com os pés, automaticamente, sem nós lhes dizermos nada, e quando a música parava, eles paravam. Aquilo estava de tal maneira tão bem feito que, a certa altura, houve uma auxiliar que se virou para mim e disse: “Olhe, a senhora não se importa de dizer ao homem para parar os carrinhos? É que nós temos de ir embora porque temos o autocarro à espera”. E eu disse: “Sim senhora, vamos já mandar parar”. E acabou a musica e os carrinhos pararam. E a senhora não percebeu que não havia nenhum homem a pôr os carros em andamento.
De que forma o Agrupamento de Escolas Madeira Torres participa na Oeste Infantil?
Concretamente no nosso Agrupamento, envolvemos, normalmente, todos os educadores. Eu sou coordenadora do departamento há tantos anos que já nem me recordo. E há mesmo participação das crianças na própria construção do stand, o que faz com que eles cheguem lá e gostem de ver as coisas que fizeram para a Oeste.
O que pode contar sobre a vossa participação na edição deste ano?
O tema do nosso stand vai ser o "Museu do Carnaval". Vamos ter cabeçudos, vamos ter o rei e a rainha... É o ex-libris da cidade de Torres Vedras e nós vamos participar dessa maneira.
Como vê a Oeste Infantil no futuro?
Já houve várias feiras infantis por "aí fora", a primeira foi a Xira Infantil. E depois tudo acabou e nós continuámos. Portanto, alguma coisa isto quer dizer. Quer dizer que, de facto, há uma adesão e que é necessário fazer-se alguma coisa neste sentido. Nem que seja só para eles irem lá e brincar.
O balanço é positivo?
Eu acho que sim. Tenho essa convicção de que o balanço é positivo, muito positivo.