Torres Vedras

“1.º Direito” vai auxiliar na melhoria de condições de habitação de famílias do Concelho

21.12.2021

Imagem da assinatura do acordo de colaboração

185 famílias residentes no Concelho vão beneficiar de melhores condições de habitação devido à implementação do programa “1.º Direito” neste território.

O Município é a entidade do Concelho que mais se destaca no que se refere à adesão a este "Programa de Apoio ao Acesso à Habitação”, da responsabilidade do IHRU (Instituto da Habitação e da Reabilitação Urbana), tendo a assinatura do acordo de colaboração que efetivou a adesão do Município ao "1.º Direito" tido lugar numa cerimónia que se realizou no dia 17 de dezembro, no auditório do Edifício dos Paços do Concelho.

Assinado pela presidente da Câmara Municipal, Laura Rodrigues, e pela presidente do IHRU, Isabel Dias, o referido acordo de colaboração foi homologado pelo secretário de estado da Descentralização e da Administração Local, Jorge Botelho, e pela secretária de estado da Habitação, Marina Gonçalves.

De referir que para que o Município tivesse aderido ao “1.º Direito” foi necessário a prévia elaboração de uma Estratégia Local de Habitação, a qual foi apresentada na referida cerimónia. Esta estratégia, na qual estão previstas as ações a executar no Concelho no âmbito do “1.º Direito”, identifica 279 agregados familiares (aos quais estão afetas cerca de 700 pessoas) com carências em termos habitacionais, sendo que aquele programa dará resposta a 185. Os restantes 94 agregados familiares têm à sua disposição programas municipais já existentes (utilização de fogos do parque habitacional municipal, programa de apoio ao arrendamento e programa de comparticipação em obras de conservação, reparação ou beneficiação de habitações degradadas).

Dos 185 agregados familiares residentes no Concelho que vão beneficiar da implementação do “1.º Direito” (aos quais estão afetas 431 pessoas), refira-se que: 58 vivem em situação de precariedade (casos de violência doméstica, insolvência e sem-abrigo); 79 vivem em situação de insalubridade e insegurança (em fogos sem condições mínimas de habitabilidade ou sem segurança estrutural); 10 vivem em situação de sobrelotação (em habitações com espaço insuficiente para a composição do agregado); e 38 vivem em situação de inadequação (incompatibilidade dos respetivos fogos com as pessoas nele residentes).

No âmbito do “1.º Direito” o Município assegurará soluções habitacionais para 116 agregados familiares, o que passará: pela reabilitação de habitações municipais (22 famílias); pelo arrendamento de fogos para subarrendamento (33 famílias); pela aquisição de habitações para arrendamento (10 famílias); pela aquisição e reabilitação de imóveis (37 famílias); e pela aquisição e reabilitação de edifícios para a instalação de unidades residenciais (14 famílias). As restantes soluções habitacionais relacionadas com a implementação do “1.º Direito” no Concelho são da responsabilidade de outras instituições (24 agregados familiares), de proprietários (cinco agregados familiares) ou dos próprios beneficiários (40 agregados familiares).

O “1.º Direito” será implementado no Concelho durante um período de seis anos, envolvendo um investimento total previsto de cerca de 13,7 milhões de euros. Desse montante, cerca de nove milhões de euros serão executados pela Câmara Municipal, sendo que esse valor será assegurado por comparticipação do IHRU (cerca de 3,3 milhões de euros), por empréstimo bonificado (cerca de 4,4 milhões de euros) e por autofinanciamento (cerca de 1,3 milhões de euros). Neste momento a Câmara Municipal está a preparar uma candidatura financiada pelo Plano de Recuperação e Resiliência (PPR) e pela União Europeia, a fim de obter um financiamento 100% não reembolsável que suporte o seu investimento no âmbito do “1.º Direito”.

Na cerimónia de assinatura do acordo de colaboração para a adesão do Município ao “1.º Direito”, a presidente da Câmara Municipal, Laura Rodrigues, referiu-se a este ato como um “momento crucial” esperado já há alguns anos, até porque as políticas públicas na área da habitação são, nas suas palavras, das que têm mais impacto na comunidade.

Já na sua intervenção o secretário de estado da Descentralização e da Administração Local enalteceu a importância do “1.º Direito” também para a reabilitação dos centros históricos, tendo afirmado que para o sucesso deste programa muito contribui o facto de ter sido construído “de baixo para cima”, ou seja, a partir dos interesses e desígnios dos municípios.

A finalizar a referida cerimónia usou da palavra a secretária de estado da Habitação. Segundo Marina Gonçalves, o direito à habitação foi durante muito tempo secundarizado por outros direitos constitucionais, sendo agora o momento de consolidar este pilar do Estado Social, até porque, na sua opinião, a construção de uma sociedade sustentável em muito depende da garantia do acesso a habitação condigna.  



Última atualização: 04.10.2023 - 14:53 horas
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