Torres Vedras

Cabeçudos de Torres Vedras

16.11.2023

cabeçudos

No carnaval de Torres Vedras, os cabeçudos acompanham os Zés Pereiras (grupos de bombos de Amarante), fazendo lembrar as ruidosas arruadas do Entrudo português. A cabeça do cabeçudo, de grandes dimensões, assim como as suas mãos penduradas devido ao seu peso, balanceiam à medida que o porta-cabeçuda dança ao ritmo dos bombos.

É muito provável que os primeiros cabeçudos tenham sido feitos pelas mãos de dois dos artistas que mais se destacaram em Torres Vedras no domínio das artes: Luís Faria (pintor artístico) e Amílcar Guerreiro (artista plástico). Nos filmes da década de 1930 que registaram o carnaval de Torres Vedras já vemos cabeçudos, apesar de serem um pouco toscos.

Contudo, será a partir da década 1950, que surgem alguns dos cabeçudos mais interessantes estética e artisticamente: o casal dos noivos (executado por Amílcar Guerreiro), o cabeçudo de cartola e fato com aba de grilo e a cabeçuda com grandes pestanas (executado por Luís Faria); entre outros cabeçudos e gigantones feitos por ajudantes anónimos sob a coordenação dos artistas do carnaval como o campino ou a criada.

Em 1965, destaca-se os cabeçudos dos elementos da famosa banda musical britânica de rock, os Beatles que foram os grandes protagonistas do carnaval desse ano.

Francisco Porfírio (conhecido por Chico da Bola) foi um dos ajudantes que aprendeu a técnica de papel machê com Luís Faria tendo feito cabeçudos e gigantones durante vários anos, já após a morte do seu mestre.

Sensivelmente no final dos anos 1990, os cabeçudos começam a ser feitos em fibra de vidro.

Atualmente, os cabeçudos homenageiam figuras nacionais e locais tais como o Eusébio, a Amália, o Joaquim Agostinho, a Maria Cachucha, o Chico da Bola e o Corneta.

Texto: Ana Almeida, Centro de Artes e Criatividade de Torres Vedras

Fotografia: Coleção fotográfica Ezequiel Santos

 

Publicado: 16.11.2023 - 16:19 horas
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