Os rapazes do lixo parecem não poder almejar outra vida senão aquela que conhecem e que não escolheram. A narrativa diz-nos o contrário, que é possível contrariar o infortúnio, a miséria e o poder que nos discrimina e violenta. Decorrente das quatro sessões do Clube de Leitura de Adolescentes, mediado por Andreia Brites,  a discutir a nobreza de Raphael, Gardo e Ratazana, a comparar a injustiça policial com casos reais e contemporâneos, depois de pensarmos sobre sonhos e juízos de valor, chegámos a vários discursos.

Cada uma das ilustrações expostas corresponde à leitura do texto ou ao visionamento do filme, ou ainda à troca de opiniões dos colegas no clube de leitura. Neste desafio proposto pela professora de Educação Visual cada um encontrou, metaforicamente, o seu pedaço de lixo e reciclou-o dando-lhe uma voz própria. Ler é chegar ao texto, sair dele para o mundo e regressar. As novas capas de Trash, os rapazes do lixo são o testemunho individual desta leitura coletiva, partilhada, conversada e tantas vezes desviada para outras histórias que decidimos partilhar. Porque o clube de leitura foi feito disso.