Em Linha - Uma Peça Para Matadouros é um espectáculo itinerante em que o coletivo se serve da exploração no terreno para o trabalho dramatúrgico, refletindo sobre o espaço e a memória de uma comunidade para se confrontar com as questões que lhe interessa colocar: a morte das coisas, o futuro, a aceleração do tempo e a dispersão de rituais.

Quanto tempo temos para falar?

Quanto tempo temos para ser ouvidos?

Quantos esperam à nossa frente?

Quanto tempo falta até ao fim do caminho? Somos o caminho, somos a memória deste lugar, somos gente que nasce, trabalha e morre desmanchada pelo tempo, somos carne à procura de sucesso. Somos os criadores das linhas de abate e aprendemos a viver nelas, ocupamos o menor espaço possível e garantimos a nossa própria existência.

Ficha Artística:

Um projeto de Coletivo Câmara composto por Carolina Puntel, Isabel Milhanas Machado, Joana Ricardo e Rodolfo Freitas;
Sonoplastia: Luís Furtado; Nelson P. Ferreira.

Apoios: 

Fundação GDA;
Companhia Olga Roriz (Projeto Interferências);
Pó de Vir a Ser;
Câmara Municipal de Évora;
Câmara Municipal de Torres Vedras, Centro de Artes e Criatividade de Torres Vedras;
Espetáculo integrado na programação do Festival Artes à Rua, Évora (2019) e Festival Bairros, Torres Vedras (2024).

Agradecimentos:

Centro de Documentação do CAC, Isabel Macedo;
Biblioteca Municipal de Torres Vedras;
Somos Comunidade (ATV), Ana Claúdio;
Comunidade da Encosta do Sol e Torres Vedras;
Mariana Mata Passos;
Ricardo Nepomuceno;
Sofia Afonso;
Yağız Akın;
Anaticha,
Domingas Caetana;
João Miguel;
Teresa Miranda;
Raúl Martins;
Coro Sem Idade.

Sobre o Coletivo:

De origens muito distintas, a diversidade acabou por unir, integrar, fazer crescer e até coletivizar. Desde Pombal a Lisboa, de Évora ao Rio de Janeiro, e tendo como ponto de encontro a Amadora, o Coletivo CÂMARA encontra sempre algo em comum. Carolina Puntel, Isabel Milhanas Machado, Joana Ricardo e Rodolfo Freitas conhecem-se em 2015, na Escola Superior de Teatro e Cinema, durante o Mestrado em Teatro - Artes Performativas. Trabalham juntos no projeto final e continuam uma parceria fora da Academia, trabalhando muitas vezes à distância, através de videochamadas, e-mails, conversas em grupo, apostando num trabalho de dramaturgia em conjunto de escrita partida.

Escrevem, produzem, filmam, cantam e fazem performance. A paixão pela ideia de um processo inacabado, leva-os a uma escrita acima de tudo sobre as experiências, as perspectivas e as ideias sobre a vida, a morte, o agora e o amanhã.  Em cena performam os estados, os universos e os mundos paralelos que juntos desenham através das lutas, travadas por cada um enquanto indivíduo, mas também das vitórias que celebram juntos. Nos momentos partilhados com a audiência “os atores põem-se em causa e adensam os temas abordados”. O objetivo é “possivelmente crescer e mostrar esse crescimento, e isso também é fazer política – se a política é o pensamento sobre as cidades, os países e o mundo, então o pensamento identitário é o primeiro passo da política.” lê-se na magazine Comunidade Cultura e Arte, sobre A Câmara Ama-te (2018), o primeiro espetáculo do Coletivo.

A distância espacial e física entre os elementos é um dos pontos que lhes interessa explorar no campo artístico, testando materiais virtuais e técnicos, recorrendo ao vídeo como ponto fulcral nas suas criações.

Mais recentemente, desenvolvem o ciclo de performances e leituras “DO PÉ PRÁ MÃO”, tendo passado pelo Teatro da Voz, Casa do Comum e, brevemente, pela Feira do Livro de Lisboa.