Torres Vedras

Agenda

5ª Sinfonia de Gustav Mahler

Temporada Darcos

20 de junho de 2024 | quinta | 21h30

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Local: Teatro-Cine de Torres Vedras
Classificação etária: M/6 anos

Esta atividade integra o(s) programa Temporada Darcos 2024

Para o reputado ensaísta Donald Mitchell (1925-2017), a 5ª Sinfonia de Gustav Mahler (1860-1911) “inicia um novo conceito de drama interior”, no qual um eventual conteúdo programático já não reside na voz, ou em textos explicativos, antes “passou para a clandestinidade”, para a profundeza da psique do compositor.

Tela musical gigante, de um alcance emocional inaudito, a 5ª Sinfonia foi escrita entre 1901 e 1902 e estreada em Outubro desse ano, em Colónia. Descontente com o resultado, Mahler faria revisões constantes desta sinfonia até à sua morte. No concerto de hoje, ouviremos o arranjo para ensemble instrumental de Klaus Simon (1968), realizado em 2014 por encomenda da Holst-Sinfonietta. De carácter conflituoso, ao convocar, num mesmo espaço a mais esfusiante das alegrias e a mais transcendente das tristezas, a 5ª sinfonia parece querer falar das incertezas fundamentais do nosso tempo.

A 1ª secção desta sinfonia compreende os dois andamentos iniciais. Inquieto e desolador, o primeiro andamento começa com uma fanfarra aparamente vitoriosa que, rapidamente, se dilui numa dolente marcha fúnebre. O segundo andamento, apesar do frenesim que o trespassa, parece querer ascender a um estado de relativo optismo, caindo repetidamente numa angústia indizível. O mítico maestro Wilhelm Furtwängler (1886-1954) dizia sobre este andamento, “Não conheço nenhuma outra música que possa levar-me a um estado de espírito mais pessimista. Desvaloriza tudo o que ainda pode parecer valioso para nós neste mundo sombrio”. A 2ª secção da sinfonia é constituída pelo terceiro andamento, Scherzo, longo, dominado por um ritmo ternário, vagamente nostálgico, vagamente frívolo, ensaiando uma visão mais positiva da vida. A 3ª secção compreendo os dois andamentos finais. Tendo entrado na cultura popular pelam mão do realizador Luchino Visconti (1906-1976), ao funcionar como leitmotiv do filme Morte em Veneza (1971), baseado na obra homónima (1912) de Thomas Mann (1875-1955), o famoso Adagietto parece querer distanciar-se das tensões.

Erroneamente associado à morte, parafraseia a canção de Rückert “Eu moro sozinho no meu céu, no meu amor, na minha canção”. O movimento finale possui um caráter exuberante. Luz e trevas confrontam-se uma última vez, num clímax musical apocalíptico.

 

G. Mahler (1898 – 1937)

5ª Sinfonia (arranjo para ensemble de K. Simon)

I. Marcha Fúnebre: compassado - severo - como um cortejo

II. Tempestuoso: com grande veemência

III. Scherzo: enérgico, não demasiado rápido

IV. Adagietto: Muito lento

V. Rondo-Finale: Allegro - Allegro Giocoso. Fresco

 

Direção musical: Nuno Côrte-Real

Coprodução: Festival Estoril Lisboa


acesso a público com mobilidade condicionada
Preço: 5 €

Teatro-Cine de Torres Vedras-

Horário de funcionamento
Em dias de espetáculo:
De quinta-feira a sábado: a partir das 17h00
Exceto espetáculos ao domingo à tarde: uma hora antes do espetáculo

Av. Tenente Valadim, n.º 19
2560 Torres Vedras

261338131
teatro.cine@cm-tvedras.pt
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Última atualização: 19.03.2024 - 15:15 horas
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