Torres Vedras

Agenda

A Raiz do Coração (2000)

Filme de Paulo Rocha

Até 25 de novembro 2022 | 21h00 às 23h30

Cinema A Raiz do coração

Evento já ocorrido

Local: Centro de Artes e Criatividade de Torres Vedras
Destinatários: M/12

O filme acompanha um conturbado processo eleitoral para a Câmara de Lisboa colocando um candidato populista que apela a um regresso à ordem e aos bons-costumes em confronto com uma aguerrida milícia de transformistas. Uma das últimas obras de Paulo Rocha, e aquela que melhor demonstra o gosto pela experimentação que caracteriza a segunda metade da sua obra.

 

Apresentação do filme por:

Regina Guimarães

Regina Guimarães nasceu no Porto, em 1957. A par dos seus poemas, publicados em raras edições de natureza confidencial, tem-se envolvido em trabalho nas áreas do Teatro, da Tradução, da Canção, da Dramaturgia, do Desenho, da Educação pela Arte, da Crítica, do Vídeo, do Argumento, da Produção. Foi docente da FLUP, na ESMAE e na ESAD. Foi diretora da revista de cinema A Grande Ilusão, presidente e fundadora da associação Os Filhos de Lumière e programadora do ciclo permanente “O Sabor do Cinema”, no Museu de Serralves. Integrou o coletivo que, a par de outras atividades de reflexão e criação, publicou o jornal PREC e o coletivo que produziu o projeto Nove e Meia, cineclube nómada. É cofundadora do Centro Mário Dionísio - Casa da Achada. Com Ana Deus, fundou a banda Três Tristes Tigres. Escreveu para outras bandas, nomeadamente o Osso Vaidoso e os Clã. Realizou inúmeras experiências em torno da palavra dita e cantada. Organiza, de há mais de uma década a esta parte, a Leitura Furiosa Porto, encontros entre escritores e pessoas zangadas com a leitura. Tem orientado oficinas de escrita e de iniciação ao cinema. Tem vindo a realizar uma extensa obra videográfica sob a forma de “Cadernos”, que já foi alvo de algumas retrospetivas. Nos últimos anos, a sua atividade como argumentista e dramaturga tem-se intensificado. Foi colaboradora de Paulo Rocha em diferentes projetos, sendo esse o caso de A Raiz do Coração, de que é coautora do argumento, assinado igualmente as letras das músicas do filme. Vive e trabalha com Saguenail desde 1975. Hélastre é o signo da sua obra comum.

 

Integrado no ciclo de cinema "Desobediência Civil. O Cinema da Insurreição". 


Atividade Gratuita


Lotação: 50 lugares
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Os três dias do Carnaval marcam um período em que as regras sociais estabelecidas e as convenções impostas são temporariamente suspensas ou parodiadas. É, portanto, um momento em que se desfazem hierarquias, se invertem os papéis de classe e de género, se joga entre o sagrado e o profano e se zomba da autoridade e dos valores da moral. No entanto, mais do que uma manifestação estritamente folclórica, o carnavalesco enquanto categoria crítica extrapolada para o domínio da literatura e das artes tem permitido designar um conjunto de atitudes iconoclastas e de objetos subversivos que não só testam os limites do bom-gosto, como a própria noção de cânone. Consequentemente, a cultura popular surge como elemento desestabilizador que se inscreve no contexto da dita cultura erudita de forma potencialmente revolucionária, tanto a nível estético como político, propondo assim uma visão alargada do mundo. A força destrutiva do riso prende-se, pois, com a consciência de que tudo o que é social é necessariamente contestável.

Este ciclo de cinema, intitulado "Desobediência Civil: o cinema da insurreição", apresenta uma seleção de títulos onde estas reflexões são centrais do ponto de vista formal, temático e narrativo. O cinema, arte popular por excelência, dialogou intimamente, desde a sua génese, com a tradição do burlesco, nomeadamente na mediação dos espetáculos de variedades e na lógica das atrações. Muito do cinema moderno afirma-se, exatamente, pela atualização dessa força disruptiva que se encontra no cinema primitivo. Os filmes que constituem este programa, oriundos de diferentes contextos culturais e momentos históricos, participam desta genealogia oferecendo retrospetivamente uma panorâmica sobre as traduções fímicas desse regime de exceção que é o carnavalesco.

Organizado entre dois fins-de-semana, este programa, pensado a partir da relevância social, histórica e cultural do Carnaval de Torres Vedras e especialmente concebido para ser apresentado no Centro de Artes e Criatividade de Torres Vedras e em diálogo com os seus espaços expositivo, conta com quatro filmes representativos daquilo a que se pode chamar um cinema da insurreição. Todas as sessões contarão com a apresentação por um convidado e serão acompanhadas pela edição de uma brochura contendo textos de análise e contextualização dos filmes programados, bem como por sessões especificamente orientadas para um público escolar.

Última atualização: 18.11.2022 - 16:19 horas
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