Torres Vedras

Agenda

La Vida Secreta

Ópera de câmara a partir de Salvador Dali e Gala

Até 23 de outubro 2021 | 21h30

Música Temporada Darcos 2023

Evento já ocorrido

Local: Cine Teatro de Pombal

"Esta ópera de bolso retrata o mundo surrealista do pintor espanhol Salvador Dalí através dos olhos da sua companheira e musa Gala. Tendo como única protagonista a figura de Gala, interpretada pela soprano espanhola Conchi Moyano, revela a mulher como inspiração múltipla e central no desenvolvimento do surrealismo único de Dalí e serve como ponto de partida para uma transposição do universo de Gala. Gala, a mulher que não conheceu o movimento #MeToo, mas… e se tivesse participado, estaria Dalí? Continuariam as girafas com o seu exótico passeio de patas longas?" Nuno Côrte-Real

"Para que a música soe, deve fazer-se previamente silêncio. Tal como nenhum mar pode abrir-se sem a certeza, por mais remota que seja, de que um pedaço de terra firme aguarda, escondido na dobra de algum mapa.

Também não há primavera sem inverno. Floresta sem raízes. Paraíso sem purgatório. Luz sem trevas. Ouro sem lama. Lucidez sem loucura. Riso leve sem que antes (nos) tenha pesado o sangue nas veias. Ying sem yang. Com efeito, é preciso saber do sul para poder, talvez, chegar um dia ao entendimento quase completo do coração do norte. E vice-versa.

O mesmo acontece quando se trata de conhecer ou, pelo menos, de tentar conhecer a vida secreta de Salvador Dalí. Como falar do ídolo sem ouvir o homem? Como falar do génio sem convocar a fada?É por tudo isto que Gala e o universo se encontram nesta proposta. Bem, quem melhor do que a estrela polar do artista para nos guiar de ouvido na odisseia rumo a todos os seus centros? Elena Ivávnova Diakonova submete-se, assim, a uma singular sessão de psicanálise, limítrofe com a oração. Durante a mesma, o público também terá de fechar os olhos para começar a ver. Saltando de tela em tela, de verso em verso e de lembrança em lembrança, como o veleiro que sulca a fé de ilha em Ilha, Gradiva colocará nas mãos do espetador, concomitantemente, uma faca afiada e uma flor ameaçada de extinção: as chaves-mestras das portas sem retorno rumo às profundezas da irrepetível consciência daliniana." Martha Asunción Alonso

 

Música e direção musical: Nuno Côrte-Real
Libreto: Martha Asunción Alonso
Encenação: Carlos Antunes
Soprano: Conchi Moyano
Voz off: Jesus Ramos

 

Ensemble Darcos

Violino: Emanuel Salvador
Viola: 
Reyes Gallardo
Violoncelo: Filipe Quaresma
Saxofone: Rodrigo Lima
Piano: Helder Marques

 


Atividade Gratuita


"Nesta nova edição da Temporada Darcos, propomo-nos seguir a linha que tem norteado as temporadas anteriores: grande música, grandes intérpretes, mas procurando sempre pontos de contacto entre diferentes tradições, privilegiando o ecletismo e a inclusão. Por isso, desta vez escolhemos o lema da união pela música. Num mundo ainda muito desunido, dividido pelas políticas, pelas religiões, pelas desigualdades e pelos abomináveis racismos, cabe à arte proclamar bem alto que o único futuro sustentável é o da união.

A união pela paz, pelo amor, pelo planeta e pela liberdade. A união dos povos. Nós e os outros, duas realidades diferentes, mas na utopia que desejamos para o mundo as diferenças esbatem-se e convergem numa única realidade. É com esta convicção que a Temporada Darcos apresenta o seu projeto de fusão entre o fado e a música tradicional afegã, através da colaboração entre o Ensemble Darcos e o ANIMP (Afghan National Institute of Music), com o fadista Marco Oliveira e o guitarrista Miguel Amaral. Segundo o mentor e diretor do ANIMP, Dr. Ahmad Sarmast, dezenas de jovens estudantes afegãos fugiram ao terrível regime Talibã, viajando 6.592 quilóme-tros para poderem ter um futuro, e para que a música tradicional afegã pudesse sobreviver. Parece-nos triste e paradoxal que uma tradição milenar necessite do exílio para garantir a sua existência e preservação…

Também sob a égide da união, e visando criar pontes culturais de índole humanista, o mais ambicioso projeto da Temporada Darcos, Europa Sinfónica, será finalmente retomado (em suspenso desde 2020 devido aos anos de pandemia), com a primeira visita a Portugal da Orquestra da Ópera Estatal da Hungria, um dos mais antigos e prestigiados agrupamentos musicais europeus, e com a Orquestra da Toscana, instituição capital daquela região italiana, com sede em Florença. Estes dois programas terão como solistas os aclamados artistas portugueses António Rosado e Eduarda Melo. O ano de 2023 verá ainda nascer o projeto Folias, terceiro livro da série para coro e instrumentos, Novíssimo Cancioneiro, de Nuno Côrte-Real, desta vez inteiramente dedicado às danças portuguesas, reper-tório rico e variado que é mister revitalizar com vista a uma maior presença artística no panorama contemporâneo.

De destacar, por último, a estreia do projeto de fusão estética entre o jazz e o clássico, Nas asas do indefinido, com o Ensemble Darcos e a internacional cantora portuguesa Maria Mendes, procurando caminhos de fusão e desco-berta entre aqueles dois mundos distintos. Podíamos projetar neste último projeto musical, como exercício para as nossas próprias vidas, o caminho que a humanidade parece cada vez mais estar a necessitar: tomar o oposto, o contrário, o aparentemente inconciliável, e conciliá-los; entender as diferenças, aceitar as distinções, compreender as essências, e num desejo sincero de harmonia, conceber um horizonte onde a natureza varia do Homem possa existir pacificamente e sem mácula. Utopia, nunca te esqueceremos!" Nuno Côrte-Real

“A cultura é o grande observatório do humano” José Tolentino Mendonça (2021)

Na sua 16ª edição, a Temporada Darcos propõe um programa artístico que elege “A união pela música” como impulso e horizonte. Longe de constituir um cliché semanticamente esvaziado pela repetição, a afirmação prefigura um manifesto pelo direito a construir uma nova narrativa do futuro.

A Temporada Darcos enraíza-se num movimento cultural agregador de matriz cosmopolita que promove o encontro entre “diversidades”, aprofundando o diálogo, a cooperação e a participação cidadã. Repousa na profunda convicção de que as Artes e a Cultura – conceito poliédrico – devem assumir um papel central e não ornamental no âmago de qualquer projeto de desenvolvimento territorial. Ao longo da sua trajetória, um sistema capilarizado de relações tem sido delicadamente tecido, dirimindo distâncias entre instituições, coletivos artísticos e comunidades.

Na sua dimensão processual, a Temporada Darcos concorre para a edificação de uma ecologia de práticas colaborativas que, assentes na mutualização de experiências, conhecimentos e competências, aportam inovação e abrem caminho a diálogos fecundos materializados em projetos comuns.
Enquanto movimento fortemente comprometido com a educação, inequívoca alavanca de transformação, a Temporada Darcos tem contribuído para salvaguardar a acessibilidade a um patri-mónio artístico em permanente (re) criação e avigorar a literacia musical de uma “vasta maioria”.

A música, na sua pluralidade de expressões, é um universal de cultura, uma linguagem de convergência que nos projeta num espaço identitário partilhado. Em tempos marcados pelo desencanto, incerteza, fragmentação, dissolução e insularidade, a música, mais do que uma experiência salvática, hiperbolicamente escapista, ou de estrita e efémera fruição estética, oferece a possibilidade de pensar novas formas de habitar o mundo, de ousar outras vidas em comum." Ana Umbelino

Direção artística
Nuno Côrte-Real

Consultoria
Afonso Miranda

Projetos especiais
Vanessa Pires / Artway

Textos
José Bruto da Costa

Produção executiva
Bruna Moreira

Assistente de produção
João Barrinha

Gestão de apoios
Jorge Reis

Relações públicas e assessoria de imprensa
Débora Pereira

Contabilidade
Luís Silvestre


Imagem gráfica
Olga Moreira a partir de fotografias de Jorge Carmona


Comunicação e imagem
Câmara Municipal de Torres Vedras

Última atualização: 24.09.2021 - 16:37 horas
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