Torres Vedras

Agenda

Ciclo Antena 2 ISEG - Lisboa

Time stands still

Até 18 de outubro 2020 | 17h00

Música Ciclo Antena 2 ISEG - Lisboa

Evento já ocorrido

Local: Casa Santos Lima, Alenquer

Numa alusão às Lachrimae or Seven Tears de John Dowland, Time Stands Still é uma revisitação pelo compositor Nuno Côrte-Real, da obra do compositor inglês, contemporâneo de Shakespeare. Com uma linguagem e instrumentação modernas que sem nos afastar do século XXI nos levam também ao século XVII e à sua melancolia, Côrte-Real cria um contraste entre as luth songs originais de Dowland que parecem ter sido feitas para a voz de Ana Quintans (não fossem os quatro séculos de distância) e peças instrumentais dedicadas a compositores e intérpretes caros ao compositor português, dentro de géneros musicais barrocos revisitados, como a pavana ou a fuga. 

O programa é completado por uma Introdução de Maurice Ravel, escrita a pedido da Casa Érard, fabricante da recém-criada harpa cromática, com o intuito de mostrar as potencialidades do instrumento.

M. Ravel (1875 – 1937)
Introdução e Allegro (septeto com harpa)

J. Dowland (1563 – 1626) N. Côrte-Real (n. 1971)
Time Stands Still
I. Mr. Sérgio Azevedo's Prelude
II. Come again! sweet Love doth now invite
III. Mr. António Pinho Vargas Pavan
IV. Flow, my tears
V. Mr. Artur Ribeiro's Air
VI. Awake, sweet love
VII. Mr. Mats Lidström his Fantasia
VIII. I saw my lady weep
IX. Sir Christopher Bochmann his atonal transition
X. Shall I sue
XI. Mr. Eurico Carrapatoso's Fugue
XII. Weep you no more, sad fountains
XIII. Lady Maria João's Improvisation
XIV. Time stands still
XV. I Know not what tomorrow will bring - Fernando Pessoa's last written words on the day of his death


Violino I: José Pereira
Violino II: César Nogueira
Viola: Reyes Gallardo
Violoncelo: Marco Pereira 
Contrabaixo: Duncan Fox 
Flauta: Marina Camponês
Clarinete: Nuno Pinto 
Harpa: Carolina Coimbra
Piano: Helder Marques
Percussão I: Marco Fernandes 
Percussão II: Tomás Moital
Soprano: Ana Quintans
Direção Musical: Nuno Côrte-Real


Preço: 50

"A Música fala por si – mas será que ainda nos diz alguma coisa? É inegável que, na atualidade, a vida musical vive uma vida anacrónica, concentrada nos repertórios do passado e nas mesmas obras que são tocadas repetidamente. Essa existência extemporânea, desfasada da realidade atual, converteu o espetáculo musical numa experiência museológica. Mas, e a música de hoje? E os compositores vivos? Há uma desproporção gritante entre a ínfima quantidade de obras modernas programadas e a abundância de obras canónicas eternamente repisadas. Imagine-se uma vida literária em que continuássemos obsessivamente a editar e ler Balzac, Camilo ou Victor Hugo, e desprezássemos o António Lobo Antunes, a Hélia Correia, o José Luís Peixoto!

Posto isto, gostava de deixar aqui um alerta para a necessidade urgente da música da tradição clássica se reinventar e se aproximar do espírito universal e eclético que hoje nos define. Filha de Mnemosine, a música é a arte do tempo por excelência, e exprime exemplarmente o tempo da memória e da nostalgia humana, mas para nós que estamos vivos, o tempo conjuga-se no presente. Não no passado, nem no futuro, mas no presente. Os devaneios futuristas de Wagner ou as quimeras proféticas de Schoenberg, não passam disso mesmo, utopias, mas na realidade refletem as aspirações do espírito progressista que definia a sua época e a sua atualidade. Sejamos também nós atuais, sejamos modernos e reinventemos um presente à nossa imagem. Quando olhamos para o passado vemos que a música deu provas de uma constante renovação, soube acompanhar o devir das sociedades e participar na construção do real. Dos tempos revolucionários de Beethoven, ao decadentismo fin de siècle da época de Debussy, a música foi efetivamente uma arte do presente e soube construir a sua própria contemporaneidade.

A programação da Temporada Darcos 2020 reflete o nosso modesto contributo para des-ritualizar e revitalizar a vida musical, através do cruzamento de géneros, das fusões e da renúncia ao complexo de austeridade (ou antes, complexo de complexidade) que afetou negativamente a arte musical a partir de meados do século XX. Esta edição atravessará fronteiras – Hungria, Inglaterra e Itália – e incluirá uma série de concertos com grupos e solistas tão prestigiados como o Ensemble Darcos, a Orquestra da Ópera Estatal da Hungria, a Orquestra da Toscana, Ana Quintans, Sérgio Azevedo ou Maria João, entre muitos outros. O meu desejo é que esta década que agora começa nos possa trazer novos ventos e transformar a música atual num «novo classicismo», um classicismo irreverente, um classicismo Pop, um fenómeno fresco e sedutor que possa reanimar a vida musical e, quem sabe, lançar a semente do futuro." Nuno Côrte-Real, diretor artístico



Direção Artística: Nuno Côrte-Real
Consultor: Afonso Miranda
Textos: Susana Duarte
Produção Executiva: Sofia Teixeira
Assistente de Produção: Ricardo Ventura
Coordenação de Projetos: Manuel Lima
Relações Públicas e Assessoria de Imprensa: Débora Pereira
Contabilidade: Luís Silvestre
Imagem gráfica: Olga Moreira (a partir de fotografias de Jorge Carmona)
Comunicação e Imagem: Câmara Municipal de Torres Vedras



Organização
Câmara Municipal de Torres Vedras | Teatro-Cine de Torres Vedras | Temporada Darcos

Estrutura financiada por
Ministério da Cultura | DGArtes

Apoio Institucional
Câmara Municipal de Lisboa | Câmara Municipal de Alenquer | Camões - Instituto da Cooperação e da Língua

Parceiros
CCB | ISEG - Instituto Superior de Economia e Gestão da Universidade de Lisboa | Museu do Dinheiro

Apoio à Divulgação
Antena 2 | Turismo de Lisboa | Turismo Centro Portugal 

Hotel Oficial
Hotel Golf Mar 

Apoio
Oeste Portugal | Dolce CampoReal Lisboa

Última atualização: 15.10.2020 - 10:55 horas
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