Vergílio Ferreira nasceu em janeiro de 1916, em Melo, no concelho de Gouveia.
Aos 12 anos, com os pais emigrados na América, entra para o Seminário do Fundão, onde permanece durante seis anos.
Em 1935, deixa o Seminário para completar o Curso Liceal na Guarda, ingressando em Filologia Clássica na Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra.

Termina a formação académica em 1940 e, ao fim de dois anos de estágio, parte para Faro iniciando a sua carreira de docente, o que o levará a trabalhar um pouco por todo o país, fixando-se finalmente em Lisboa, no Liceu Camões, no início dos anos 50, já casado com Regina Kasprzykowsky, uma professora polaca refugiada em Portugal.

No entanto, foi na carreira de escritor que mais se distinguiu. Em 1939, escreve o seu primeiro romance “O caminho fica longe”, publicado em 1943, dando início a uma vasta obra de onde sobressaem títulos como “Manhã submersa”, “Vagão J”, “Aparição”, “Para sempre”, “Alegria breve”, “Espaço invisível”, “Carta ao futuro” e “Conta-corrente”, divididos entre os géneros romance, conto, ensaio e diário.
A obra de Vergílio Ferreira terá sido influenciada não só pelo existencialismo presente em Sartre, Santo Agostinho, Pascal, Dostoievski ou Heidegger, mas também pelos clássicos como Esquilo, Sófocles e Lucrécio.

Em 1979 foi feito Grande-Oficial da Ordem Militar de Sant’Iago da Espada.
Em 1980, aquando da adaptação cinematográfica de “Manhã submersa”, Vergílio Ferreira interpreta um papel de destaque no filme.
Em 1992, recebe o Prémio Camões pelo conjunto da sua obra.

Vergílio faleceu no dia 1 de março de 1996, na sua casa, em Lisboa.