Torres Vedras

Agenda

Shlomo Mintz

Até 1 de outubro 2022 | 21h30

Música

Evento já ocorrido

Local: Teatro-Cine de Torres Vedras
Destinatários: M/6

A presença de Shlomo Mintz entre nós é um dos acontecimentos musicais de 2022. Natural de Moscovo, estudou com Isaac Stern e Dorothy DeLay, tornando-se num dos mais reputados violinistas da sua geração. O seu virtuosismo e expressividade são características ideais para abordar uma obra de profunda transcendência, o Concerto para violino, op. 61, de Beethoven.

Escrito em escassas semanas, a pedido de Franz Clement, estrearia a 23 de dezembro de 1806, sem grande sucesso. Numa época em que os concertos tinham como objetivo último exibir as habilidades técnicas do solista, com a orquestra em pano de fundo, Beethoven escreveu um diálogo íntimo entre o violino e a orquestra, duas entidades musicais que se iluminam mutuamente, num discurso musical de grande lirismo.

Esta abordagem disruptiva repete-se na Sinfonia n.º 7, op. 92, considerada por muitos como a melhor sinfonia de Beethoven. Escrita entre 1811 e 1812, na cidade termal de Teplitz, e dedicada ao conde Moritz von Fries, estreou na Universidade de Viena, a 8 de dezembro de  1813, dirigida pelo próprio compositor. Verdadeiro colosso de inventividade, esta sinfonia apresenta um novo paradigma musical, alterando, para sempre, o curso da História da Música ocidental. A subversão da ideia de melodia, sem o irresistível apelo galante do formalismo clássico, com motivos musicais menos delineados, ao invés de elemento temático, são catalisadores de liberdade criativa, assim como o timbre, densidade e intensidade, apresentados como parte integrante da própria estrutura, e não meros acessórios decorativos. Também a Abertura Secondo Novecento, op. 25 (2005) de Côrte-Real contraria os cânones formais das convenções musicais impostas pelo main-stream da 2ª metade do séc.XX, apresentando o pluralismo e diversidade dos múltiplos estilos musicais deste período.

N. Côrte-Real (n. 1971)
Abertura Secondo Novecento,  op. 24

L. van Beethoven (1770 – 1827)
Sinfonia nº 7, em Lá Maior, op. 92

I. Poco Sostenuto - Vivace
II. Allegretto
III. Presto - Assai meno presto
IV. Allegro con brio

L. van Beethoven (1770 – 1827)
Concerto para Violino e Orquestra em Ré Maior, op. 61

I. Allegro ma non troppo
II. Larghetto
III. Rondo. Allegro

Violino: Shlomo Mintz
Direção musical: Nuno Côrte-Real
Madrid Soloists Chamber Orchestra




Lotação: 392
Preço: 5
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Teatro-Cine de Torres Vedras-

Horário de funcionamento
Em dias de espetáculo:
De quinta-feira a sábado: a partir das 17h00
Exceto espetáculos ao domingo à tarde: uma hora antes do espetáculo

Av. Tenente Valadim, n.º 19
2560 Torres Vedras

261338131
teatro.cine@cm-tvedras.pt
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"Nesta nova edição da Temporada Darcos, propomo-nos seguir a linha que tem norteado as temporadas anteriores: grande música, grandes intérpretes, mas procurando sempre pontos de contacto entre diferentes tradições, privilegiando o ecletismo e a inclusão. Por isso, desta vez escolhemos o lema da união pela música. Num mundo ainda muito desunido, dividido pelas políticas, pelas religiões, pelas desigualdades e pelos abomináveis racismos, cabe à arte proclamar bem alto que o único futuro sustentável é o da união.

A união pela paz, pelo amor, pelo planeta e pela liberdade. A união dos povos. Nós e os outros, duas realidades diferentes, mas na utopia que desejamos para o mundo as diferenças esbatem-se e convergem numa única realidade. É com esta convicção que a Temporada Darcos apresenta o seu projeto de fusão entre o fado e a música tradicional afegã, através da colaboração entre o Ensemble Darcos e o ANIMP (Afghan National Institute of Music), com o fadista Marco Oliveira e o guitarrista Miguel Amaral. Segundo o mentor e diretor do ANIMP, Dr. Ahmad Sarmast, dezenas de jovens estudantes afegãos fugiram ao terrível regime Talibã, viajando 6.592 quilóme-tros para poderem ter um futuro, e para que a música tradicional afegã pudesse sobreviver. Parece-nos triste e paradoxal que uma tradição milenar necessite do exílio para garantir a sua existência e preservação…

Também sob a égide da união, e visando criar pontes culturais de índole humanista, o mais ambicioso projeto da Temporada Darcos, Europa Sinfónica, será finalmente retomado (em suspenso desde 2020 devido aos anos de pandemia), com a primeira visita a Portugal da Orquestra da Ópera Estatal da Hungria, um dos mais antigos e prestigiados agrupamentos musicais europeus, e com a Orquestra da Toscana, instituição capital daquela região italiana, com sede em Florença. Estes dois programas terão como solistas os aclamados artistas portugueses António Rosado e Eduarda Melo. O ano de 2023 verá ainda nascer o projeto Folias, terceiro livro da série para coro e instrumentos, Novíssimo Cancioneiro, de Nuno Côrte-Real, desta vez inteiramente dedicado às danças portuguesas, reper-tório rico e variado que é mister revitalizar com vista a uma maior presença artística no panorama contemporâneo.

De destacar, por último, a estreia do projeto de fusão estética entre o jazz e o clássico, Nas asas do indefinido, com o Ensemble Darcos e a internacional cantora portuguesa Maria Mendes, procurando caminhos de fusão e desco-berta entre aqueles dois mundos distintos. Podíamos projetar neste último projeto musical, como exercício para as nossas próprias vidas, o caminho que a humanidade parece cada vez mais estar a necessitar: tomar o oposto, o contrário, o aparentemente inconciliável, e conciliá-los; entender as diferenças, aceitar as distinções, compreender as essências, e num desejo sincero de harmonia, conceber um horizonte onde a natureza varia do Homem possa existir pacificamente e sem mácula. Utopia, nunca te esqueceremos!" Nuno Côrte-Real

“A cultura é o grande observatório do humano” José Tolentino Mendonça (2021)

Na sua 16ª edição, a Temporada Darcos propõe um programa artístico que elege “A união pela música” como impulso e horizonte. Longe de constituir um cliché semanticamente esvaziado pela repetição, a afirmação prefigura um manifesto pelo direito a construir uma nova narrativa do futuro.

A Temporada Darcos enraíza-se num movimento cultural agregador de matriz cosmopolita que promove o encontro entre “diversidades”, aprofundando o diálogo, a cooperação e a participação cidadã. Repousa na profunda convicção de que as Artes e a Cultura – conceito poliédrico – devem assumir um papel central e não ornamental no âmago de qualquer projeto de desenvolvimento territorial. Ao longo da sua trajetória, um sistema capilarizado de relações tem sido delicadamente tecido, dirimindo distâncias entre instituições, coletivos artísticos e comunidades.

Na sua dimensão processual, a Temporada Darcos concorre para a edificação de uma ecologia de práticas colaborativas que, assentes na mutualização de experiências, conhecimentos e competências, aportam inovação e abrem caminho a diálogos fecundos materializados em projetos comuns.
Enquanto movimento fortemente comprometido com a educação, inequívoca alavanca de transformação, a Temporada Darcos tem contribuído para salvaguardar a acessibilidade a um patri-mónio artístico em permanente (re) criação e avigorar a literacia musical de uma “vasta maioria”.

A música, na sua pluralidade de expressões, é um universal de cultura, uma linguagem de convergência que nos projeta num espaço identitário partilhado. Em tempos marcados pelo desencanto, incerteza, fragmentação, dissolução e insularidade, a música, mais do que uma experiência salvática, hiperbolicamente escapista, ou de estrita e efémera fruição estética, oferece a possibilidade de pensar novas formas de habitar o mundo, de ousar outras vidas em comum." Ana Umbelino

Direção artística
Nuno Côrte-Real

Consultoria
Afonso Miranda

Projetos especiais
Vanessa Pires / Artway

Textos
José Bruto da Costa

Produção executiva
Bruna Moreira

Assistente de produção
João Barrinha

Gestão de apoios
Jorge Reis

Relações públicas e assessoria de imprensa
Débora Pereira

Contabilidade
Luís Silvestre


Imagem gráfica
Olga Moreira a partir de fotografias de Jorge Carmona


Comunicação e imagem
Câmara Municipal de Torres Vedras

Última atualização: 20.01.2022 - 15:12 horas
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