"Água.

Numa lágrima como num oceano, água, sal, terra e gente.
E cantigas, pois claro, a despontar por todos os lados em que haja terra e água.
Tingiram-se de sons e de cores as cantigas e as peles. E de idiomas também. Pedaços de fado nas mornas africanas (ou olhos verdes em escura pele), um avô beirão em cantos orientais, modas sertanejas de romances de Aljezur. No meio o mar, de um lado e do outro essa imagem-miragem da lusofonia, que é como quem diz o rasto dos portugueses de um tempo em que a Terra não tinha mapa - horizonte apenas. E vontades que eram
também cantigas.

Numa grande mala, com muitos compartimentos, vamos descobrir histórias e cantigas que sabem a sal, que andaram de cá para lá e de lá para a cá, entre Portugal, Cabo-Verde, Angola, São Tomé e Príncipe, Guiné, Moçambique, Brasil e Timor."